domingo, 8 de maio de 2016

Dia das Mães

Ontem a noite fui à missa, eu nunca fui e ainda não sou católica. A Bárbara, violinista, musicista e o João multi-instrumentalista foram convidados para tocar nessa missa, uma missa especial de Dia das Mães. Um carro da prefeitura viria nos buscar e nos trazer de volta após a missa. Perguntei como fazer para ir também, me informaram que se eu estivesse pronta às 16h e se coubesse no carro eu poderia acompanhá-los. Deu certo. Além dos dois músicos, a Betânia e eu fomos junto (e no carro ainda havia espaço para mais duas pessoas irem junto).
Ao final da cerimônia (que eu achei muito curiosa e entendi o porque acho engraçado os rituais da minha própria igreja, messiânica), teve uma homenagem dos alunos da Escola Cristo Redentor. Uma menina de uns 8 ou 9 anos recitou de cor durante uma caminhada pelo tapete principal da igreja segurando um microfone uma poesia linda dedicada às mães. Então, uma dupla com um violão e duas vozes cantaram uma música sobre a gestação, mês a mês sobre como o bebê vai crescendo e os sentimentos dele em relação à mãe e os dela em relação ao bebê. Chorei. Foi muito lindo. Borrei o lápis de olho com minhas lágrimas.
Sinto muitas saudades da minha filha, falo com ela de vez em quando com videos-chamada, falo com minha mãe também. Hoje eu liguei pra elas, desejei feliz dia das mães para minha mãe, conversei bastante com minha filha mandei um oi para a minha avó que estava em uma vídeo-chamada com a minha mãe pelo celular. Amo a tecnologia <3
Recebi um abraço muito gostoso e umas palavras muito carinhosas da Maricota. Chorei de novo. Não me sinto frágil, estou de TPM. Me sinto uma mulher plena, seguindo o caminho que escolhi, com muito amor, muita dedicação e força de vontade, com coragem, uma guerreira. Estou em um auto-enfrentamento constante, porém com compaixão, sem comiseração.
Venho encontrando meu real tamanho, em uma jornada de auto-conhecimento intensa com ferramentas que chegam até mim na medida em que vou me tornando apta a manuseá-las. Durante tanto tempo da minha vida questionava-me do porquê eu não me sentia apta a utilizar minhas habilidades e meu conhecimento de maneira plena, do porquê minha ação não acompanhava meu pensamento ou o meu sentir. Uma imaturidade, uma insegurança, uma rebeldia, uma ansiedade angustiante me acompanhavam por tantos anos e me impeliam à fuga de mim mesma.
Hoje o dia foi muito especial, de muitas maneiras. Tivemos sushi vegano de almoço, um filme para acompanhar a chuva, uma sopa quentinha e daqui a pouco teremos uma deliciosa torta de maçã acompanhada de café. 
A vida aqui é muito intensa, os relacionamentos constantes. Uma semana quase equivale a um pouco mais de um mês, faz apenas dois meses que eu cheguei a Dom José e já tenho tanta convivência com todos, tantas atividades realizadas que já parece que estamos juntos a um ano. Com algumas pessoas a sensação é de que sempre os conheci, como se tivessem feito parte da minha vida desde sempre. Me sinto no lugar certo e tenho muita gratidão à todos que me propiciaram estar vivenciando tudo isso. 

Obrigada, eu agradeço, agradeço, agradeço, agradeço! Gratidão aho!

Jéssica Magalhães